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quarta-feira, 22 de maio de 2013

A RELIGIÃO É O ÓPIO DO POVO?


Tenho ouvido muitas vezes a famosa citação de que a “Religião é o ópio do povo” de muitos irreligiosos, agnósticos, ateus etc... para afirmar que a religião cega ou alucina ou dar falsas esperanças aqueles que á segue. É interessante essa citação pela falta de veracidade de como ela é reverberada. Nesse breve comentário venho tentar desmistificar essa tal afirmação. Para tal é necessário fazer usos de alguns termos etimológicos para chegarmos a total compreensão.

O QUE É ÓPIO?

O ópio é um suco espesso que se extrai dos frutos imaturos de várias espécies de papoilas soníferas, e que é utilizada como narcótico.  O uso do ópio mascado ou fumado, que se espalhou no Oriente, provoca euforia, seguida de um sono onírico; o uso repetido conduz ao hábito, à dependência química, e a seguir a uma decadência física e intelectual, uma vez que é efetivamente um veneno estupefaciente.

KARL MARX.

Embora muitos dos que recitam a famosa citação atribuam a Marx, ele apenas a popularizou. A tal frase já havia sido dita em escritos de Immanuel Kant, Herder, Ludwig Feuerbach, Bruno Bauer, Moses Hess e Heinrich Heine. Marx só haveria de popularizá-la em 1844 com a Crítica da Filosofia do Direito de Hegel. Nesta publicação o contexto original retrata que a religião, é coisa da cabeça do homem e que ela tgem um papel de dar uma falsa esperança do contexto real que se vive, visto que para Marx a religião inverte a consciência do que se tem no mundo. Segundo Marx a religião tem o poder de fantasiar a realidade assim como o ópio tem o poder de alucinar e tirar o homem da realidade, tipo uma droga como o crack. Para Marx o homem na religião deixa de ver muitas desgraças, miséria da humanidade e vive numa ilusão. Marx considera que a religião é uma forma de alienação. Nela verifica-se a fratura entre o mundo concreto e um mundo ideal, entre o mundo em que o homem vive e o mundo em que ele desejaria viver. Por que razão surge esse mundo ideal? Marx diz que o mundo celeste é o resultado de um protesto da criatura oprimida contra o mundo em que vive e sofre. Ou seja, procura-se um refúgio no mundo divino porque o mundo em que o homem vive é desumano. Num mundo em que "o homem é o lobo do homem", não há "família humana", o homem não se sente neste mundo como em sua casa. O mundo religioso, o "Reino de Deus", não tem consistência própria, não é verdadeiramente real. É um "reflexo" de degradantes condições materiais de vida, da opressão da grande maioria dos homens por outros. É a "flor imaginária" que decora os grilhões que oprimem os explorados; é o "suspiro" de quem se vê degradado na sua humanidade, transformado em objeto e máquina produtiva que quanto mais enriquece os exploradores mais se empobrece a si mesmo. Segundo Marx, da religião o homem não pode esperar a sua libertação e emancipação. Ela é um "sintoma" da desumanidade do mundo dos homens e não o remédio para esse mal. Mais do que isso, ela é um "ópio", um produto tóxico, que entorpece, aliena e enfraquece  porque a esperança de consolação e de prometida justiça no "outro mundo" transforma o explorado e oprimido num ser resignado, tende a afastá-lo da luta contra as causas reais do seu sofrimento.

MAS SERÁ TUDO ISSO VERDADE?

Sabe-se, que o pensamento de Marx estava diretamente voltado para sua grande luta, a questão da política social, luta que era travada frente a um grupo de filósofos sociais que estavam desculpando toda a injustiça, a desigualdade social mantidas pela classe dominante; acusando a religião, responsabilizando-a por fomentar as ilusões religiosas da grande massa oprimida

Sabemos que a igreja católica sempre escondeu as verdades bíblicas por mais ou menos 10 séculos, com Bíblias somente em Latim e é claro só os clérigos sabiam falar, isso não podemos esconder. No entanto essa escuridão fica somente na parte religiosa, sabe-se que a igreja católica foi a pioneira em criação de Universidades no mundo, criando cursos de teologia, para monges, Direito e Medicina Para as demais Classes. Como se pode dizer que a religião é o ópio do povo quando a mesma cria centros de estudos visando dar uma ideia mais critica da vida? Se hoje temos uma formação superior, qualquer que seja ela, isso se deve ao cristianismo. A primeira Universidade do mundo Ocidental foi a de Bolonha (1158), na Itália, que teve a sua origem na fusão da escola episcopal com a escola monacal camaldulense de São Félix. Em 1200 Bolonha tinha dez mil estudantes (italianos, lombardos, francos, normandos, provençais, espanhóis, catalães, ingleses germanos, etc.). A segunda, e que teve maior fama foi a Universidade de Paris, a Sorbone, que surgiu da escola episcopal da Catedral de Notre Dame. Foi fundada pelo confessor de S. Luiz IX, rei de França, Sorbon. Ali foram estudar muitos grandes nomes como Inácio de Loyola, Francisco Xavier e Tomás de Aquino. A universidade de Paris (Sorbonne) era chamada de “Nova Atenas” ou o “Concílio perpétuo das Gálias”, por ser especialmente voltada à teologia. O que falar então da famosa universidade de Oxford, na Inglaterra que surgiu de uma escola monacal organizada como universidade por estudantes da Sorbone de Paris. Dentre outras mais!

O LADO BIBLICO DA COISA!

Como a religião é o ópio do povo que até mesmo a Bíblia se encarrega de nos mostrar o lado negro do mundo, sofrimentos, pestes, terremotos, fomes, etc.. (Ver o sermão de Mateus cap. 24), o próprio Jesus disse no evangelho de João cap. 16 versículo 33 que nesse mundo teríamos aflições, (desemprego, doença, brigas, crises psicológicas, etc...)

 

UMA CURIOSIDADE!

Karl Marx era filho de família rica, não passou necessidade, não teve sofrimentos nem frustrações, aparentemente, com sua família Porém foi acometido por uma rebelião contra Deus, contra a religião de difícil compreensão. Não era a defesa da laicidade que pregava e sim, claramente, contra Deus, não era um descredito de um mito, mas uma clara oposição a alguém que ele sabia que existia e resolveu lutar contra. Um jovem que sonhava com justiça social, amor ao próximo cheio de sonhos, como poderia ter agora declarações tão pessimistas e tão revoltantes contra um Deus que ele dizia amar e conhecer. Ele era tão comunista que nem se quer dividiu sua grana com os pobres.
Escrito por: Edrisse Pinho, Pastor Teólogo e Conferencista.