sexta-feira, 18 de novembro de 2011

SAULO TEVE O NOME MUDADO PARA PAULO?

Recentemente, me propus a estudar novamente o Novo Testamento detalhadamente, pois havia lido o mesmo a mais ou menos uns 5 ou 6 anos, e nem foi estudando, mas como uma leitura devocional. Depois de passar uma longa jornada no seminário teológico estudando a fundo a Bíblia, aprendi a usar umas boas ferramentas de interpretação na ora da leitura, (exegese, hermenêutica, grego hebraico etc.).
Estudei os Evangelhos nas milimétricas regras da exegese e agora estou em Atos, e percebi algo que havia passado em branco e que passei a vida toda ouvindo que o apóstolo Paulo era antes de sua conversão um homem chamado Saulo e que, à semelhança de outras personagens bíblicas, como Jacó, Daniel e outros tiveram seu nome mudado por Deus. Mas será isso verdade?
A verdade é que em nenhum lugar das Escrituras encontramos menção de Paulo ter mudado de nome. O que a Bíblia diz é o seguinte: “Todavia, Saulo, também chamado Paulo…” (At 13.9). Até este versículo, o apóstolo é chamado de Saulo; a partir de então passa a ser chamado de Paulo. E, na hora da mudança, Lucas, o autor da narrativa diz que Saulo também era chamado Paulo. Ou seja, não houve uma troca de nomes, o que de fato a Bíblia diz era que ele tinha dois nomes diferentes, fato comum para um judeu que também tinha cidadania romana, como era o caso de Paulo (At 16.37,38 e 22.25,26). Saulo era o nome hebraico; enquanto a Bíblia retrata a relação do apóstolo com os judeus, este nome aparece – mesmo depois da conversão. Entretanto, quando enviado juntamente com Barnabé em sua viagem missionária aos gentios, o escritor de Atos menciona que Saulo também era chamado Paulo, seu nome romano e de relacionamento com os gentios.
Este é o mesmo caso de Silas, companheiro de viagens de Paulo, que também era chamado de Silvano (ver 2Co 1.19; 1Ts 1.1 e At 15.22-40; 16.19; 17.15; 18.5). E, alguns acreditam que a variação do nome João e Marcos (companheiro de viagem de Paulo e Barnabé) tenha o mesmo motivo (At 12.12,25).

Por: Edrisse Pinho, conferencista (Th. B.)

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